Vilas em Rede

Encontramos uma terra degradada pelo pasto

Nos encontramos degradados por um processo civilizatório baseado na separação da humanidade com a natureza, separando raças, gêneros, classe social, econômica e intelectual

Decidimos reescrever nossas histórias e nos abrir para outro modo de estar e ser nessa Terra

Como surgiram as Vilas?
Quem somos nós?

Pessoas que vieram de diferentes experiências de vida, de idades diversas, em seus processos próprios e abertas para o desconhecido e com disposição para o comunitário.

Se queremos saber algo, antes de mais nada precisamos aceitar nossa ignorância.

Nossas premissas são romper o ciclo vicioso do controle e busca por garantias.

Sabemos o que não é sustentável, mas não podemos com nossas mentes civilizatórias querer projetar o que seria sustentável.

Por isso, em vez de termos uma meta para alcançar, estamos sempre encontrando o que é possível deixar de fazer, para que o espaço se abra revelando novas possibilidades, pois para ser nova não pode já estar existindo em nossos planos.

Assim, nos reunimos sem dogmas, metas, modelos, ideais, e sim na disposição de olhar os ruídos de perto para que possam ser acolhidos e transmutados.

Não existe maioria ou minoria, por isso não existem os votos.

Cada assunto pede seu tempo e mergulho próprio até se sustentar e se tornar indiscutível por força própria.

Em um ambiente livre de ameaças, punições e culpas, fazemos o que é possível, sabendo que tudo está em movimento, que também nos transforma.

Viver em comunidade, para nós, é a melhor possibilidade em todos os aspectos, para um, para o outro, para o todo, mas é necessário nos reconectarmos com essa pulsão de vida tão natural para o ser humano e tão distante para o homo sapiens.

Em 2009, sem entender muito como as coisas aconteceriam, um pedaço de pasto foi adquirido com o desejo de reflorestar e eventualmente se formar uma comunidade de amigas e amigos.

Foram 6 anos plantando e ganhando intimidade com a terra, porque quem nasce e cresce em cidades urbanas leva tempo para deixar de projetar as referências desenvolvidas entre asfaltos, prédios, trânsito e pouco céu.

Foram surgindo alguns movimentos comunitários mas a individualidade sempre falou mais alto.

Entre expectativas e frustrações, dores e amores, encontros e desencontros, as coisas foram se acalmando e a mansidão da vida se apresentando.

Com tudo mais assentado, chega a pandemia, com um convite para mergulhar nas relações comunitárias.

Em 2020 surge a iniciativa da Vila XI, com um convite feito para quem quisesse se juntar para viver a experiência com mais profundidade.

Fizemos a compra da terra no nome de uma associação que criamos, e cada participante se tornou um associado com direito de construir uma pequena casa e compartilhar toda a terra e seus movimentos.

Começamos por construir cozinha comunitária, pequenas casas e olhar de perto todos os ruídos civilizatórios que nos ensinou a competir e comparar, a desqualificar e requalificar.

Cada um de nós segue com a chama viva do caminho comunitário, e é essa chama que nos ensina a soltar e deixar de lutar no campo do individualismo e participar da construção de novos paradigmas.

Em 2023 ampliamos com a criação da Vila Içá, parte da mesma associação e princípios, com sua autonomia para desenvolver com criatividade dos novos integrantes, em seu tempo e espaço.

Por aqui conversamos, brincamos, choramos, rimos, festejamos, dançamos e criamos o espaço para que cada singularidade floresça na sua potência e componha com sua diferença.

Em breve, o M.u.d.a., que foi onde tudo se iniciou, que desde o começo sustenta o movimento de Rede, vai se tornar Vila, se abrindo para mais moradores.

Como nos relacionamos?

Nós