Precisamos caminhar nossas palavras

Descrição do post.

ana thomaz

2/2/20251 min read

Na separação que vivemos entre corpo e mente, criamos um desalinhamento entre o pensar e o sentir, que nos leva ao autoengano, onde o discurso diz mas a ação não acompanha.

Muitos de nós concordamos que é preciso desinvestir o sistema meritocrático, temos o discurso pronto e defendemos com exemplos vivos e claros. Porém essas mesmas pessoas, muitas de nós, continuam vivendo na base da meritocracia, fazendo por merecer, a partir de seus esforços e sacrifícios, porque acredita que se não fizer por merecer não poderá alcançar seus desejos.

Então, podemos também dizer que, se alguém luta para alcançar seu desejo, está utilizando o conceito da meritocracia para merecer a graça desejada.

Se exigimos do outro (filh@s, funcionári@s, companheir@s...) que lute, se esforce e se sacrifique para merecer, como negar nosso empenho em sermos uma sociedade meritocrática.

Abrir mão do sistema cruel, desumano e desqualificador da meritocracia, também é abrir mão dos esforços e sacrifícios, e da mente finalista que cultivamos.

Deixemos de ser meritocráticos, não somente no discurso mas também no corpo, na ação, no sentir, no pensar.

A vida não pede esforços e nem sacrifícios, ela pede presença, entrega, conexão, participação, desocupação egóica e abertura, para se transformar em cada relação, essa ação vinda da inteligência do coração, que também podemos chamar de Amor.

Não se precipite em sua mente dualista buscando preencher com opostos, que entende "deixar de se esforçar" por qualquer outra coisa, como deixar de viver. Quando deixamos de fazer algo, é para abrir espaço e não preencher com outra ideia qualquer. Mais uma vez, não se deixe enganar pela mente dualista.

Precisamos parar de nos enganar e enganar os outros, e reconectar corpo/mente/espírito - sentir/pensar/agir - em uma dança livre de dominação e pressão.

"Precisamos caminhar nossas palavras", como instruem os ancestrais.